KARLA DUTRA COSTA

Por Coordenação de Pós-graduação PRPG/JATAÍ Atualizada em 05/05/23 13:58
AUTOR: KARLA DUTRA COSTA
TÍTULO:  ANÁLISE FILOGENÉTICA DO GENE DA PROTEÍNA ENVELOPE DO VÍRUS DENGUE SOROTIPO 3 NO CENÁRIO GLOBAL
ORIENTADOR:  Prof. Dr. Marcos Lázaro Moreli
DATA DE APROVAÇÃO: 28/04/2018

 

Resumo:

Os vírus Dengue (DENV), gênero Flavivirus, são vírus de RNA, transmitidos por mosquitos do gênero Aedes e que possuem quatro sorotipos (Dengue 1, 2, 3 e 4) e diferentes genótipos e subgrupos que podem variar conforme o sorotipo de vírus. Os DENV representam um grande desafio de saúde pública e uma grande ameaça à cerca de dois quintos da população mundial. Sabe-se que alguns genótipos, principalmente áqueles referentes aos genótipos de DENV-2 e DENV 3 estão mais associados a doenças como a febre hemorrágica da dengue e síndrome do choque da dengue, além disso sua dispersão mindial ainda não é conhecida principalmente com relação a proteína E, que é considerada a principal proteína estrutural do vírus, sendo responsável principalmente pela montagem da partícula viral, interação com receptores celulares e fusão de membrana, além de ser o principal alvo de anticorpos neutralizantes e possuir atividade hemaglutinante. Os genótipos do DENV-3 têm 5 classificações. A inclusão de novas sequências de vírus em diversas regiões pode ajudar na inferência da procedência de isolados, sendo possível construir as vias de entrada/deslocamento dos vírus dentro de uma região, assim como conhecer a região geográfica (procedência) dos mesmos. Tal informação pode constituir um marcador epidemiológico e fornecer maior conhecimento sobre os genótipos circulantes com maior risco de desenvolvimento de Febre Hemorrágica da dengue e Síndrome do choque da dengue (FHD/SCD) em nossa população. Portanto, o principal objetivo deste trabalho analisar a epidemiologia molecular dos DENV-3 com base na proteína do envelope (E) de todas as cepas oriundas do GenBank. Trata-se de um estudo transversal, descritivo, epidemiológico, retrospectivo in silico, com a coleta de sequências nucleotídicas e aminoácidicas de banco de dados referente à proteína E do DENV-3. Foram obtidas sequências do DENV-3 a partir de banco de dados do GenBank através do software VipR (Vírus Pathogen Resource Vírus). A análise envolveu um total de 217 sequências de 25 países depositados nos anos de 1914 a 2017 que foram recuperadas contendo a região da proteína E dos vírus DENV-3. Foram excluídas sequências com 100% de identidade. Todas as posições com lacunas e dados em falta foram eliminadas restando 489 posições no conjunto de dados final. Os vírus ficaram agrupados em clados denominados A, B, C e D, conforme distribuição por países vizinhos e um subclado (subgrupo) denominado E. No grupo A foram alocado os vírus da Venezuela e Colômbia formando um clado bem distinto. No grupo B foram encontrados os vírus do Brasil e Paraguai. No grupo C foram encontrados principalmente os vírus dos Estados Unidos, seguido do México com um subclado distinto. Além disso, os vírus da Venezuela também se agruparam para formar outros clados com vírus da Nicarágua, pertencente nesses casos ao grupo D, conforme árvore filogenética construída. Diante disso, concluiu-se uma maciça representação dos subtipos de DENV pela proteína E, e a capacidade da introdução de alguns genótipos de vírus mesmo em países relativamente distantes. Nas ánalises do relógio molecular das sequências da proteína E do DENV-3 abordadas neste estudo, percebemos que os vírus RNA mostraram uma alta variabilidade genética, devido à alta taxa de mutação intrínseca, rápidas taxas de replicação, e as suas grandes dimensões populacionais.

 

 

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