MIRELE RESENDE MACHADO

Por Kelly Cristina Silva Prado Atualizada em 04/05/23 15:52
AUTOR: MIRELE RESENDE MACHADO
TÍTULO: INFLUÊNCIA DO TECIDO PERIVASCULAR NA REGULAÇÃO DA REATIVIDADE DE VEIAS DE CORDÃO UMBILICAL DE GESTANTES EM DIFERENTES ESTADOS NUTRICIONAIS
ORIENTADOR:  Prof.ª Dr.ª Núbia de Souza Lobato
DATA DE APROVAÇÃO: 10/01/2020

 

Resumo:

Apesar do tecido perivascular já ter sido estruturalmente caracterizado, não há nenhum estudo na literatura avaliando sua influência sobre a resposta funcional tanto das veias do cordão umbilical, bem como seu papel no comprometimento da função deste território vascular na obesidade. A maioria das complicações clinicas associadas à obesidade podem ser atribuídas a alterações na função vascular. Estudos preliminares realizados em nosso grupo de pesquisa evidenciaram a presença de adipócitos no tecido perivascular das veias do cordão umbilical, bem como a influência do sobrepeso/obesidade em gestantes sobre as características estruturais deste tecido, podendo constituir assim um mecanismo importante envolvido na programação de complicações na fase adulta. O objetivo do estudo foi investigar o papel do tecido perivascular na reatividade de veias do cordão umbilical, bem como a influência do sobrepeso/obesidade (SB/OB) no início da gestação e do ganho de peso excessivo (GPE) durante o período gestacional sobre as propriedades funcionais deste tecido. Foram utilizados 40 cordões umbilicais para os estudos de reatividade vascular e testes moleculares. Na análise das curvas de relaxamento à insulina, em veias umbilicais limpas houve um aumento significativo da resposta vasodilatadora em gestantes SB/OB e GPE (p<0,05), na presença de tecido perivascular esse aumento na taxa de relaxamento permaneceu apenas em gestantes SB/OB. Em gestantes controle, os vasos que foram incubados com solução perivascular apresentaram resposta maior do que vasos limpos e com tecido perivascular preservado. Gestantes com SB/OB apresentaram aumento do relaxamento nos vasos com o perivascular preservado quando comparados aos vasos limpos e aos vasos incubados com solução perivascular. Em gestantes com GPE, o relaxamento de vasos limpos incubados com solução perivascular foi maior do que em vasos limpos e vasos com o tecido perivascular preservado. O relaxamento promovido por NPS em veias umbilicais limpas foi significativamente menor em gestantes SP/OB e GPE, quando comparados ao grupo controle. Esta redução também foi observada em veias umbilicais com o tecido perivascular preservado, na concentração 3x10-8M. Em gestantes controle, veias com tecido perivascular preservado e veias limpas incubadas com solução perivascular apresentaram redução significativa na resposta relaxante ao NPS quando comparadas aos vasos onde este tecido estava ausente. Gestantes SB/OB apresentaram resposta relaxante semelhante entre os vasos, exceto na concentração 3x10-7M, onde houve diminuição significativa em veias com tecido perivascular preservado. As análises da expressão proteica de eNOS no tecido perivascular, pelo método de Western Blotting, evidenciaram diminuição da sua expressão em gestantes SB/OB e GPE quando comparada àquela observada no grupo Controle. Houve aumento da concentração de nitratos em veias umbilicais limpas na presença de veículo ou incubadas com insulina nos grupos SB/OB e GPE quando comparadas ao controle. Em gestantes controle, veias com tecido perivascular preservado incubadas com insulina apresentaram aumento significativo nas concentrações de nitratos. Estes dados indicam o efeito modulador exercido pelo tecido perivascular da veia umbilical e demonstram que o estado nutricional compromete a função destes vasos, além de afetar o efeito exercido pelo tecido perivascular.

 

 

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