ALINE DE OLIVEIRA GIMENES
Dados de Conclusão:
DEFESA DA DISSERTAÇÃO: 09/05/2025
Resumo:
A estrongiloidíase é uma doença parasitária, negligenciada predominante em países em desenvolvimento, onde as condições climáticas e sanitárias favorecem sua propagação. A ivermectina é o medicamento de escolha para o tratamento da estrongiloidíase, entretanto, devido às limitações do seu uso, compostos fitoterápicos têm sido considerados como uma opção promissora. Este estudo teve como objetivo revisar sistematicamente a literatura científica sobre o uso de plantas medicinais no tratamento da estrongiloidíase e comparar seus efeitos com o tratamento farmacológico convencional (ivermectina). Esta revisão sistemática foi realizada de acordo com as diretrizes Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA), por meio de uma busca bibliográfica, realizada em fevereiro de 2025, nas bases de dados Medline via PubMed, SCOPUS, Embase, Web of Science e na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Catálogo dissertações e teses CAPES e Oasis através de estratégias de busca adaptadas especificamente para cada uma delas. Foi utilizada a estratégia PICO para estruturar a pergunta norteadora:’Qual é a eficácia dos compostos antiStrongyloides para o controle da estrongiloidíase, comparada ao tratamento farmacológico convencional (ivermectina)?’. Para a análise do risco de viés foi utilizado o ROB SYRCLE e CAMARADES, ferramentas que são capazes de avaliar a qualidade de cada publicação incluída, sendo analisado critérios em relação ocultação da sequência de alocação, cegamento, dados de desfechos incompletos, relato seletivo de desfechos e outros vieses. A busca sistemática nas principais bases de dados resultou na identificação de 1.821 estudos, dos quais 11 atenderam aos critérios de inclusão. Adicionalmente, dois estudos foram incluídos por meio de outras fontes, totalizando 13 publicações elegíveis. Entre os estudos analisados, 69,23% relataram que os tratamentos fitoterápicos avaliados apresentaram eficácia igual ou superior à da ivermectina no controle de infecções helmínticas. Os compostos incluíram extratos de Cardiospermum halicacabum, Eryngium foetidum, Spondias mombin, Siparuna guianensis, Manilkara zapota e Salvia sagittata, os quais demonstraram atividade anti-helmíntica significativa. A berberina e o ácido clorogênico destacaram-se por sua eficácia contra as formas larvais dos parasitas. No entanto, a heterogeneidade metodológica, especialmente em relação aos processos de extração e avaliação dos compostos, foi um fator limitante. A maioria dos estudos foi conduzida in vitro, com escassez de evidências provenientes de estudos in vivo. Os achados indicam que os fitoterápicos avaliados possuem potencial como alternativas terapêuticas viáveis no tratamento de helmintíases, especialmente em populações vulneráveis. Contudo, são necessários ensaios clínicos padronizados e estudos in vivo para confirmar sua eficácia e segurança, bem como para elucidar seus mecanismos de ação. Esta revisão sistemática está registrada na plataforma PROSPERO (número CRD42024558492).
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BIBLIOTECA WEB DA UFJ |
Dissertação não disponibilizada.