LAURA VILELA SOUZA

Por Coordenação de Pós-graduação PRPG/JATAÍ Atualizada em 05/05/23 14:03
AUTOR: LAURA VILELA SOUZA 
TÍTULO:  AVALIAÇÃO in vitro DA ATIVIDADE ANTI-Toxoplasma gondii DO EXTRATO ETANÓLICO E ÓLEO ESSENCIAL EXTRAÍDOS DA Siparuna guianensis E DO ALFA BISABOLOL ISOLADO
ORIENTADOR:  Profa. Dra. Rosângela Maria Rodrigues
DATA DE APROVAÇÃO: 26/06/2018

 

Resumo:

A toxoplasmose, causada pelo protozoário intracelular obrigatório Toxoplasma gondii, é uma doença cosmopolita que atinge um terço da população mundial. Tipicamente a infecção pelo T. gondii é assintomática em indivíduos imunocompetentes, no entanto, várias manifestações clínicas podem acometer, sobretudo indivíduos imunocomprometidos e infectados congenitamente, levando a consequências fatais, o que torna essa doença um importante problema de saúde pública. Embora existam medicamentos para o tratamento da toxoplasmose, estes apresentam eficácia limitada e graves efeitos colaterais, tornando essencial a busca de novas terapias, com melhor perfil de segurança. Neste contexto, o objetivo do estudo foi avaliar in vitro o potencial anti-toxoplásmico do extrato etanólico, frações acetato de etila e aquosa, óleo essencial e do α-bisabolol isolado de Siparuna guianensis. Foi realizado teste de viabilidade celular utilizando fibroblastos murinos NIH/3T3, pelo método colorimétrico de MTT. A atividade anti-toxoplásmica foi avaliada por meio do ensaio da β-galactosidase em duas condições experimentais diferentes, utilizando parasitos da cepa RH-2F1 de T. gondii. As amostras foram testadas em diferentes concentrações variando de 15 a 500 µg/mL, sendo utilizado como controle negativo meio RPMI e como controle positivo a enrofloxacina. Verificou-se que o extrato etanólico e a fração acetato de etila apresentaram atividade citotóxica frente aos fibroblastos nas maiores concentrações analisadas (250 e 500 µg/mL) e o óleo essencial na concentração de 500 µg/mL. Para as demais concentrações, nenhuma apresentou efeito citotóxico significativo, sugerindo que a planta seja bem tolerada pelo organismo. Na avaliação da proliferação intracelular do parasito quando o tratamento foi realizado após a infecção celular, observou-se que os compostos da S. guianensis controlaram parcialmente o parasitismo, sendo que apenas a fração acetato de etila demonstrou capacidade toxoplasmicida relevante, apresentando valor de IC50 de 77,21 µg/mL. Em contraste, a fração aquosa e o óleo essencial, apresentaram nenhum efeito tóxico contra o parasito, indicando que estes não são uma boa alternativa terapêutica. Verificou-se que o efeito inibitório do parasitismo foi mais significativo no pré-tratamento dos parasitos antes da infecção celular, evidenciando um efeito direto sobre o parasito. Em conclusão, os resultados indicam utilização favorável da S. guianensis, especialmente da fração acetato de etila como terapia alternativa da toxoplasmose, devido a sua baixa citotoxidade, sua ação direta contra o parasito, além do seu efeito concentração-dependente, porém estudos futuros utilizando modelos de infecção parasitária in vivo e identificação dos princípios ativos da planta são necessários.

 

 

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