LARISSA CRISTINA CLEMENTINO LARA CAIADO

Por Bárbara Oliveira Mise à Jour 10/10/25 10:42

Dados de Conclusão:

AUTORA: LARISSA CRISTINA CLEMENTINO LARA CAIADO
TÍTULO: Prospecção in silico do potencial drogável da integrina Alfa4 glicosilada como perspectiva de tratamento da esclerose múltipla e demais doenças inflamatórias
ORIENTADOR: Professor Doutor Roosevelt Alves da Silva
COORIENTADOR: Professor Doutor Ricardo Lemes Gonçalves
DEFESA DA DISSERTAÇÃO: 10/05/2024

Resumo: 

A Esclerose Múltipla (EM) é uma doença desmielinizante inflamatória crônica do sistema nervoso central (SNC) que tem como um dos principais mecanismos patogênicos a migração de linfócitos do sistema nervoso periférico para o SNC. Essa migração é mediada pela interação da glicoproteína integrina a4ß1 (ou VLA-4), expressa nos linfócitos, com a molécula de adesão de células vasculares 1 (VCAM-1) nas células endoteliais vasculares. A VLA-4, especialmente a subunidade a4, tem sido alvo promissor de estudos pois atuar em seu bloqueio pode resultar no tratamento de várias doenças, incluindo a EM. O natalizumabe, medicamento indicado no tratamento da EM, é um anticorpo que se liga à a4 bloqueando a migração leucocitária para o SNC. Todavia, devido à sua propriedade imunossupressora e à inibição não alvo-específica, ela predispõe a efeitos adversos potencialmente graves, como reações de hipersensibilidade e leucoencefalopatia multifocal progressiva (LEMP), além de representar grande impacto econômico para a saúde pública e para o paciente. Visto isso, reconhece-se a importância da busca por novos inibidores desta integrina como potencial terapêutico. No entanto, não existe uma estrutura cristalográfica da VLA-4 resolvida disponível no banco de dados, bem como não se tem a estrutura completa cristalizada com os açúcares complexos. Neste contexto, a pesquisa teve como objetivo a predição da cadeia polipeptídica da integrina a4, a sua glicosilação e a prospecção de bolsões drogáveis dessa glicoproteína. O modelo inicial da a4 foi construído usando modelagem por homologia por meio do AlphaFold2. Foi realizada a glicosilação da a4, baseada nos açúcares em comum do cristal a4ß7, com a adição de açúcares formados por N-acetilglicosaminas (NAG) e Manoses nas asparaginas (ASN) 46, 105, 196, 447, 484 e 505, ajustados no software Discovery Studios Visualizer. A parametrização dos açúcares e dos resíduos foi feita usando a ferramenta Tleap de AMBERTools com base nos campos de força GLYCAN_06j e Amberff19SB. O modelo foi validado pelo Molprobity e submetido às simulações de dinâmica molecular (DM) com software GROMACS 2023 por meio de três réplicas. As análises das trajetórias das estruturas, glicosilada e não glicosilada, permitiu averiguar como os açúcares afetam a flexibilidade da proteína. Observou-se um aumento significativo no número de clusters na proteína glicosilada em comparação com a não glicosilada. Além disso, a análise do Headpiece da glicoproteína mostrou menos variação ao longo de 100 ns. Em consonância, o RMSD revelou um maior deslocamento na glicoproteína em comparação com o Headpiece isolado. Uma vez extraídas as conformações da DM, foram identificados os bolsões drogáveis com base em seus homólogos a partir dos servidores Ftmap e DogSiteScorer. Todas essas análises combinadas destacam bolsões importantes sob os sítios de glicosilação da ASN46 e da ASN196, sendo as regiões mais promissoras, com os maiores drugscores. Os dados obtidos neste estudo descrevem a importância dos motifs glicosilados para a prospecção de potenciais hits inibidores por meio da abordagem de docking molecular baseada em sua estrutura. Logo, as informações contidas neste trabalho se mostram relevantes para auxiliar no desenvolvimento de uma ou mais moléculas para o tratamento de doenças como a EM.

 

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