MORGANNA ALVES SIQUEIRA

Dados de Conclusão:

Resumo: 

A força de preensão manual (FPM) é considerada um indicador de saúde e preditora de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). Entre as pessoas vivendo com HIV (PVHIV), o aumento da expectativa de vida propiciado pela terapia antirretroviral (TARV) trouxe benefícios importantes, mas também expôs esse grupo aos efeitos adversos dos medicamentos, que somados à infecção podem impactar negativamente a qualidade de vida e a FPM. O objetivo deste estudo foi analisar a relação da FPM com características sociodemográficas, clínicas e com a qualidade de vida em PVHIV no Sudoeste goiano. Estudos transversais foram realizados em dois diferentes contextos na cidade de Jataí, Goiás, Brasil. No primeiro, 171 PVHIV atendidas no Hospital Estadual de Jataí foram avaliadas quanto às características sociodemográficas, clínicas e FPM; no segundo, 73 PVHIV foram avaliadas com os mesmos critérios, incluindo a qualidade de vida. Os dados foram analisados por estatística descritiva e inferencial, com significância estabelecida em p<0,05. Em ambos os estudos, homens apresentaram maior FPM em comparação às mulheres (p<0,001). Além disso, foi identificado que a FPM baixa está fortemente associada ao sobrepeso/obesidade (p<0,001) e à obesidade abdominal (p<0,001). PVHIV com FPM baixa apresentaram três vezes mais chance de obter menores escores no domínio "preocupação com a saúde" (p=0,034). Além disso, maiores valores de FPM foram observados entre tabagistas (p=0,032), indivíduos sem DCNT (p=0,023), com índice de massa corporal normal (p<0,001) e circunferência abdominal adequada (p<0,001). Homens demonstraram melhores escores nos domínios de função geral (p=0,003), preocupação com a saúde (p=0,008), aceitação da infecção pelo HIV (p=0,005), preocupação com o sigilo (p=0,034) e função sexual (p=0,001). A FPM mostrou-se um marcador importante na avaliação clínica de PVHIV, para o monitoramento da obesidade abdominal e sobrepeso, que podem contribuir para o desenvolvimento de DCNT. Além disso, a FPM baixa está associada a piores indicadores da qualidade de vida, especialmente no domínio da preocupação com a saúde. Tais achados destacam a necessidade de intervenções para otimizar a saúde e a qualidade de vida de PVHIV, com atenção especial às diferenças entre os sexos e aos fatores relacionados ao estado nutricional.

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Dissertação não disponibilizada.